Saúde de A a Z

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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre após uma interrupção do fluxo sanguíneo ou de um derrame sanguíneo que causa lesões cerebrais, sendo identificados dois tipos principais de AVC: o hemorrágico e o isquémico.
O acidente vascular cerebral hemorrágico é causado por uma hemorragia ou derrame de um vaso sanguíneo cerebral, enquanto o isquémico, mais frequente e responsável por aproximadamente 85% dos casos de AVC, deve-se à existência de uma coágulo (trombo) que estreita ou bloqueia o vaso sanguíneo, impedindo o sangue de chegar ao cérebro e causando, assim, a morte das células cerebrais por falta de oxigenação.
Refira-se que o coágulo sanguíneo que origina o AVC pode desenvolver-se no cérebro ou formar-se noutro local do corpo, sendo transportado pela corrente sanguínea até ao cérebro.
Segundo o estudo Strike Out Stroke (2012), o AVC é a segunda doença cardiovascular que mais mata na Europa, causando 1,3 milhões de óbitos por ano (14% do total de mortes) e a primeira causa de morte entre os portugueses com idade igual ou superior a 65 anos. O mesmo estudo adianta que um em cada cinco AVCs está associado à Fibrilhação Auricular e que os doentes que sofrem de Fibrilhação Auricular têm mais 50% de probabilidade de ficar permanentemente incapacitados ou morrer durante o ano seguinte ao AVC.

 

 

O que é a acne?

A acne pode ser definida como doença inflamatória crónica, muito frequente entre adolescentes, sendo que pode também afetar jovens adultos.

 

Geralmente um tratamento para a acne prolonga-se durante vários meses. Por isso, o mais importante para um tratamento com êxito é a paciência e, a colaboração do doente.
Embora hoje em dia existam muitos tratamentos populares que se vendem sem receita médica, a ajuda do médico é fundamental. Ele pode fazer um diagnóstico exacto para determinar o tratamento ideal e adequado para cada caso.

 

Quais as causas da acne?

A acne pode ser definida como uma doença inflamatória crónica do aparelho pilossebáceo, que é formado pelos folículos pilosos (pêlos) e pelas glândulas sebáceas. A sua primeira e principal causa é uma excessiva atividade da glândula sebácea. É produzida demasiada gordura que obstrui, conjuntamente com outras substâncias, o orifício do canal com um "rolhão", dificultando desse modo a saída das células mortas da glândula e das bactérias que se encontram normalmente na base do mesmo.
Uma das causas para a sobreprodução de gordura são as alterações hormonais que ocorrem durante a puberdade, sobretudo o excesso de hormonas masculinas; os androgénios estimulam a atividade da glândula sebácea e aumentam a produção de gordura.
Outro fator importante, é a hiperqueratinização, ou seja a produção excessiva de células mortas que contêm uma substância chamada queratina. Estas células tapam, conjuntamente com a gordura, os canais dos folículos pilossebáceos.
Em resultado das causas acima mencionadas, produz-se uma elevação com uma pequena borbulha chamada "ponto branco" ou "comedão fechado".
Com o tempo, quando a glândula continua a expandir-se ou as paredes próximas da superfície se abrem, o ponto branco transforma-se numa borbulha também chamada espinha, "ponto negro" ou "comedão aberto", pelo facto de um pigmento de cor negra se encontrar em contacto com a superfície.
Contudo, até aqui a acne é ligeira e não existem sinais evidentes de inflamação; designa-se também de acne comedogénica ou acne vulgar.
Devido ao rolhão de queratina e gordura, pode-se desenvolver uma superpopulação de bactérias dentro da base que não pode escapar; isto origina o surgimento de uma inflamação e de uma infeção bacteriana dentro e em redor dos folículos pilossebáceos. Assim surgem as lesões inflamatórias da acne, como pápulas ou pústulas.
A acne pápulo-pustulosa já representa um grau moderado de acne.
Por vezes, desenvolvem-se lesões mais graves, como nódulos ou quistos. Neste caso fala-se da acne nódulo-quística, que é uma forma grave de acne.
O maior problema do doente com acne é o psicológico, devido ao seu aspeto desagradável e às cicatrizes que a acne pode provocar (retraídas ou elevadas), que são difíceis de eliminar totalmente.

 

Resumindo, os principais fatores desencadeadores da acne são:

  • Hereditários;
  • Hormonais;
  • Psicológicos. 

 

As áreas do corpo mais propícias a desenvolverem acne, onde abundam as glândulas sebáceas são:

 

  • A cara;
  • As costas;
  • O peito.

 

Caso a acne não seja devidamente tratada poderá prolongar-se por vários meses. Por isso é importante consultar um dermatologista, para que lhe seja prescrito o tratamento mais adequado ao seu caso.

 

Tratamento

Devido às diferentes causas e à gravidade do processo, existem diferentes tratamentos para a acne.
Como a acne é uma doença da pele, utilizam-se principalmente tratamentos tópicos (aplicados sobre a pele), mas em alguns casos concretos ou especialmente graves, utilizam-se medicamentos orais.
Recomenda-se sempre a consulta com o seu médico para contar com o diagnóstico exato e um tratamento adequado.

 

Tratamentos Tópicos

Retinóides
Reduzem o número de lesões inflamatórias e não inflamatórias.
Nas primeiras semanas de tratamento poderá haver ligeira vermelhidão, descamação e exacerbação da acne.
Recomenda-se a sua utilização à noite e evitar a exposição solar.
Não existem provas de teratogenicidade, (que podem causar malformações no feto durante a gravidez) para os retinóides tópicos; contudo, por precaução, a recomendação é não os utilizar durante a gravidez.
Peróxido de Benzoílo (POB)
O POB é um exfoliante que combate principalmente a infeção bacteriana e a inflamação. Não tem influência sobre a produção da gordura. Pode produzir irritação e descamação da pele.
Ácido Azelaico
O ácido azelaico é um tratamento da acne com tripla ação. Tem um efeito queratolítico, que destrói o “rolhão” de queratina e gordura. Além disso, possui ação anti-inflamatória e ação antibacteriana que suprime eficazmente a multiplicação das bactérias associadas à acne. Pode provocar algum ardor passageiro.
Antibióticos
Existem alguns antibióticos para aplicação tópica, como a clindamicina ou a eritromicina. Estes medicamentos, em geral, estão disponíveis em forma de solução líquida, e servem para combater a infeção bacteriana e a inflamação. Muitos destes medicamentos devem ser utilizados à noite, devido à sua incompatibilidade com a luz solar.
Tende-se a usar cada vez menos este tipo de medicamentos devido ao aumento das resistências bacterianas.

 

Tratamentos Orais

Antibióticos
Em casos graves de acne, utilizam-se também, antibióticos orais, como a minociclina. Os tratamentos orais podem provocar perturbações gastrointestinais. Além disso, corre o risco de produzir resistência nas bactérias implicadas no desenvolvimento da acne; neste caso, os antibióticos poderiam perder a sua eficácia.
Tratamentos hormonais
Uma causa de acne é a superprodução de gordura devido a excesso de hormonas androgénicas. Por isso pode-se tratar a acne com uma substância antagonista destas hormonas, um antiandrogénio. Desse modo diminui-se a influência dos androgénios e reduz-se muito eficazmente a produção de gordura. Até à data os tratamentos hormonais só estão disponíveis para as mulheres.
Isotretinoína
É um retinóide oral com potente ação sebostática; provoca bastantes efeitos adversos que devem ser controlados e tratados. Este tratamento é reservado para os casos mais graves de acne e deve ser prescrito e controlado por um médico. Deve ser usado um método contracetivo eficaz durante pelo menos um mês antes do tratamento oral, durante o tratamento e pelo menos um mês após a suspensão, pois existe o risco de malformações craneofaciais e cardíacas no feto.

 

Perguntas frequentes

1. Em quem é que a acne é mais comum: homens ou mulheres?

 

A acne aparece quase na mesma percentagem em homens e mulheres.

 

2. Quais são as causas da acne?
A acne está relacionada com vários fatores predisponentes: hereditários, hormonais e psicológicos. Manifesta-se basicamente por uma excessiva atividade das glândulas sebáceas, que dá lugar a erupções cutâneas, borbulhas. Quando se inicia na puberdade, é devida principalmente a um aumento das hormonas sexuais, que tem como consequência uma exagerada produção de gordura.

 

3. O que se deve ter em consideração acerca da higiene quando alguém sofre de acne?
Recomenda-se lavar a zona afetada uma vez de manhã e outra à noite. Preferencialmente com água morna e com sabão neutro.

 

4. Posso utilizar a minha maquilhagem se tiver acne?
A maquilhagem deve evitar-se sempre que possível. Caso seja imprescindível, deve utilizar-se uma maquilhagem de composição não oleosa e não comedogénica.

 

5. Há alguma dieta especial para pessoas com acne?
Pode-se comer de tudo com moderação, desde frutas até doces ou massas. Só devem evitar-se os alimentos que tenham uma influência comprovada sobre o estado da sua doença (p. ex. que aumentem o número de borbulhas).

 

6. Caso tenha acne, devo consultar um médico?
Sim, a ajuda do seu médico é fundamental. Só ele pode efetuar um diagnóstico exato e definir o tratamento ideal para o seu tipo de acne. Além disso, pode-lhe dar algumas recomendações sobre como controlar a acne e melhorar o seu aspeto.

 

7. Com acne posso expor-me ao sol?
Sim, pode. Procure desfrutar moderadamente do ar livre e do sol. Recomenda-se a utilização de um protetor solar de composição não oleosa e não comedogénico.

 

8. Tenho de mudar o meu estilo de vida devido à acne?
Depende. Não se esqueça dos fatores psicogénicos da acne, ou seja, fatores relacionados com causas psicológicas, como o stress emocional. A pessoa deve portanto, dormir bem, pois o cansaço e o stress são grandes aliados da acne.

 

9. Há produtos que causam ou agravam a acne?
Alguns produtos, como o iodo, podem agravar a acne. Evite, sempre que possível, as loções pós-barbear, adstringentes e águas-de-colónia para o banho. Não utilize cremes de barbear que contenham álcool. Tudo isto pode provocar ardor durante o tratamento.
Deve utilizar cremes e maquilhagem para o seu tipo de pele, sempre não comedogénicos.

 

10. Pode-se espremer os pontos ou borbulhas?
Não esprema nem pressione as lesões de acne, pois isso ocasionará maiores danos à sua pele e pode deixar cicatrizes permanentes.

 

11. Que posso fazer para me livrar rapidamente da acne?
Tem de se ter em conta que a cura da acne não é fácil, e que nenhum tratamento elimina o problema da noite para o dia. Na maioria dos casos, o tratamento deve prolongar-se durante meses; o mais importante que deve ter é paciência e seguir à risca as recomendações do seu médico. A sua colaboração é o mais importante durante o tratamento.

 

 

A doença coronária deve-se ao estreitamento ou obstrução das artérias coronárias – vasos sanguíneos que irrigam o coração – que impedem a normal circulação sanguínea pelo seu interior e a correcta irrigação dos tecidos do coração.
Originado pela acumulação de gordura e outras substâncias nas paredes das artérias coronárias, este estreitamento pode provocar um deficit de irrigação transitório, que se se manifesta por dor torácica passageira - a chamada angina de peito, ou mais prolongado, originando um enfarte do miocárdio e podendo levar à morte.
Esta insuficiência das artérias coronárias tem origem, em parte, em comportamentos que podem ser alterados, nomeadamente a alimentação desiquilibrada, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo.

 

 

O carcinoma hepatocelular é a forma mais comum de tumor do fígado, sendo responsável por 90% dos tumores de fígado malignos primários em adultos. O cancro do fígado é a sexta forma mais comum de cancro no mundo, a terceira causa de mortalidade relacionada com cancro a nível global e a primeira causa de morte em doentes cirróticos.

 

 

O carcinoma das células renais é responsável por cerca de 2% dos tumores em adultos e afeta duas vezes mais os homens que as mulheres. O diagnóstico é muitas vezes acidental, uma vez que este carcinoma pode permanecer assintomático durante a maior parte do seu tempo de evolução.

 

 

Os métodos contracetivos são utilizados para evitar a gestação indesejada, permitindo controlar e planear a gravidez.
Existem atualmente diversas soluções para contraceção, entre as quais as denominadas pílulas e dispositivos intrauterinos.
Estão disponíveis dois tipos diferenciados de pílula, sendo as mais comuns os contraceptivos orais combinados, que cobinam duas hormonas. Após ingeridas, são absorvidas e passam à corrente sanguínea, chegando até à hipófise e aos ovários para impedir a ovulação. Além desta ação, os contraceptivos orais combinados tornam mais espesso o muco cervical (muco do colo uterino), de forma a impedir a passagem dos espermatozoides, e evitam que o endométrio (revestimento interno do útero) esteja preparado para a gravidez.
Com hormonas sexuais sintéticas de efeito semelhante ao estrogénio e progesterona produzidos pelo organismo, os contracetivos hormonais modernos são altamente fiáveis na proteção contra a gravidez não desejada.
Os sistemas interuterinos baseiam-se numa ação localizada no interior do útero: tornam o muco cervical mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides e inibem a função destes espermatozóides no útero e trompas uterinas, inibindo também que endométrio esteja preparado e favorável à gravidez.
Lembre-se que não existe uma solução ideal de contraceção e cada mulher deve aconselhar-se com o seu médico sobre o método mais indicado à sua situação pessoal, considerando variáveis como a idade, o estado de saúde, o número de filhos, entre outras.

 

 

A degenerescência macular relacionada com a idade (DMI), é uma doença crónica, causada por uma alteração na área central da retina, mais precisamente na mácula, que provoca uma diminuição acentuada da visão, com uma distorção da imagem que impede a realização de atividades quotidianas, como a leitura ou a condução. A forma avançada desta doença, a DMI Exsudativa, caracteriza-se pela perda grave da visão central, o que pode acontecer em apenas dias ou semanas. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento se inicie antes de haver perda acentuada de visão.


A DMI surge normalmente após os 55 anos, aumentando a sua frequência com a idade e sendo, em geral, progressiva. A idade, o tabagismo e a história familiar são fatores de risco confirmados, equacionando-se atualmente se outros fatores, como a carência de vitaminas e oligoelementos, a hipertensão arterial ou a arteriosclerose, poderão igualmente contribuir para a doença.

 

 

A Diabetes é uma doença metabólica caracterizada pelo excesso de glicose no sangue - hiperglicemia - e causada pela produção insuficiente ou desregulada de insulina (pelo pâncreas), o que impede o normal transporte da glicose através da corrente sanguínea até às células.
Na Diabetes Tipo 1, que se desenvolve habitualmente em crianças e jovens, o pâncreas não consegue produzir insulina, o que torna obrigatória a administração de insulina injetável. Na Diabetes Tipo 2, a produção de insulina é insuficiente ou o organismo cria resistências, levando a uma diminuição dos recetores de insulina e impedindo a passagem da glucose até às células. A Diabetes Gestacional é um tipo de diabetes que ocorre durante a gravidez em mulheres sem diabetes prévia e que desaparece, geralmente, após o nascimento do bebé.
A permanente monitorização é fundamental para um tratamento adequado sem o qual podem desenvolver-se complicações macrovasculares e microvasculares.

 

 

A disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual, reside na incapacidade de obter ou manter um ereção capaz de permitir a atividade sexual, constante ou recorrente, por um período de pelo menos três meses.
Sendo mais frequente à medida que avança a idade, a Disfunção Erétil pode afetar homens de qualquer idade, prevendo-se que cerca de 13% dos homens portugueses sofram desta doença que tem pode ter origem em causas etiológicas (doença coronária, a ateroesclerose, a Diabetes, a obesidade, a hipertensão arterial e a síndrome metabólica) e psicológicas (depressão, ansiedade, stresse, cansaço) mas também por fatores como o tabagismo, o alcoolismo ou os distubios hormonais (hipogonadismo).

 

 

O que é o eczema?
O eczema é um grupo heterogéneo de doenças da pele, não infecciosas, ou seja, tanto quanto se sabe não provocadas por germes, que podem ser causadas por mecanismos irritativos ou relacionados com a imunidade, que conduzem a alterações na epiderme e na derme.
É o tipo mais frequente de doença da pele, sendo frequentemente de origem laboral ou ocupacional. O eczema, na realidade, não é uma doença determinada, mas sim um conjunto de sinais e sintomas que podem representar uma forma exagerada de reação da pele face a diversos estímulos. Na fase aguda pode apresentar-se como eritema (vermelhidão na pele), pápulas (borbulhas), vesículas (bolhas), exsudado (libertação de fluido), crostas. Na fase crónica pode haver espessamento da pele, liquenificação (a pele torna-se espessa, com uma textura semelhante a couro, sendo afetadas as linhas da pele) e descamação. A comichão é um sintoma constante.
É frequente, tal como nesta informação, que os termos "eczema" e "dermatite" se utilizem como sinónimos, enquanto outras vezes se prefere o termo "dermatite" para lesões do tipo agudo, reservando-se o de eczema para lesões de tipo mais crónico, que apresentem hiperqueratose (espessamento do estrato córneo da pele).

 

Quais as causas de eczema?
Não se sabe completamente qual o motivo pelo qual muitas pessoas desenvolvem dermatite, embora já se saiba que se deve a um problema do sistema imunitário. Este problema desencadeia uma reação da pele quando há contacto com uma série de substâncias de utilização habitual.

 

Tipos de eczema e sua frequência
Estima-se que as dermatites, em geral, têm uma prevalência superior a 10%, ou seja, que num dado momento afeta essa percentagem da população. Entre os tipos de eczema mais frequentes encontram-se:

 

  • Eczema atópico (ou dermatite atópica): frequente em crianças; estima-se que afeta num dado momento entre 10 e 20% da população infantil, enquanto a prevalência nos adultos se situará entre 1 e 3%. Sem que sejam conhecidas rigorosamente as causas, nas últimas décadas a prevalência nos países industrializados duplicou ou triplicou, enquanto é menos frequente em países com economia agrícola;

 

  • Dermatite alérgica de contacto: ocorre fundamentalmente em adultos, e a prevalência estima-se entre 2 e 9% da população;

 

  • Dermatite irritativa de contacto: ocorre frequentemente nas mãos e que se deve a irritantes químicos, como os detergentes;

 

  • Dermatite seborreica: mais frequente nos homens do que nas mulheres, estima-se que afeta 5% da população.

 

Eczema atópico
Este problema ocorre habitualmente em crianças, por vários motivos, os quais incluem predisposição genética e exposição a uma série de fatores ambientais aos quais a criança pode ser exposta. Embora existam muitos possíveis desencadeantes, entre os frequentes incluem-se:

 

  • Ácaros do pó das casas: mesmo nas casas mais limpas, estes insetos habitam em móveis, tapetes, colchões,…

 

  • Pólen

 

  • Pêlos de origem animal.

 

Estes fatores podem desencadear uma reação da pele através do contacto com a pele ou por inalação. Também podem provocar rinite alérgica ou asma, em vez de, ou além de, eczema. Não se sabe porque é que as crianças reagem de forma distinta a estes fatores; menos de 10% das crianças desenvolve eczema atópico - dermatite atópica por reação a certos alimentos, como ovos, leite ou farinha. É importante, como medida de prevenção, identificar e evitar os desencadeantes específicos de cada caso; por si só, esta medida pode melhorar a doença sem mais nenhum tratamento.

 

Outros tipos de eczema
Existem muitos outros tipos de eczema, cada um com os seus sintomas e sinais característicos. Um tipo frequente é o eczema alérgico de contacto, que surge por uma reação alérgica, quando um metal ou uma substância química à qual uma pessoa é sensível entra em contacto com a pele. Em pessoas muito sensíveis, mesmo quantidades ínfimas podem desencadear uma reação grave na zona de contacto. Uma substância como o níquel pode provocar problemas mesmo depois de atravessar várias camadas de roupa, suspenso no suor da pessoa afetada. O facto de se tocar na face após mexer em moedas de níquel pode inclusive provocar uma erupção.

 

Como lidar com o eczema
O eczema provoca sofrimento, tanto físico como emocional, nos doentes que dele sofrem e nas suas famílias, podendo ter um impacto significativo na qualidade de vida tanto de crianças como de adultos.
Para os adultos, os principais problemas são as alterações do sono e a perda de horas de trabalho; para as crianças é importante o tratamento eficaz para lhes permitir um desenvolvimento físico e mental apropriado. Com efeito, o eczema pode:

 

  • Influenciar as relações familiares;

 

  • Impedir o desfrute completo das atividades físicas do dia-a-dia: jogos, praticar desportos e natação;

 

  • Alterar o sono;

 

  • Isolar a criança dos seus colegas de escola e amigos.

 

O tratamento eficaz pode aliviar os sintomas de comichão e vermelhidão, permitindo que a pele volte à sua aparência saudável e normal. Deste modo, a pessoa afetada pode viver comodamente com o eczema.
É fundamental um bom acompanhamento do doente e dos pais e um bom aconselhamento sobre a doença para desfazer os seus mitos.
A criança com dermatite atópica pode, na maior parte das vezes, levar uma vida normal, quase sem restrições (que poderiam levar a fenómenos de exclusão social).
Foram identificadas muitas substâncias desencadeantes; variam de pessoa para pessoa e nos diferentes tipos da doença. Entre os desencadeantes frequentes encontram-se:

 

  • Materiais ásperos sobre a pele e fibras sintéticas;

 

  • O calor húmido;

 

  • Certos sabões, detergentes ou desinfetantes;

 

  • O sumo de certas frutas;

 

  • O pó das casas;

 

  • A saliva, o pêlo e a descamação da pele dos animais;

 

  • As infeções, como constipações ou gripe;

 

  • O tempo frio;

 

  • A tensão emocional;

 

O controlo destes desencadeantes pode ser a parte mais importante do tratamento do eczema; contudo, é difícil precisar especificamente o que provocou um episódio de exacerbação.

 

Cuidado intensivo da pele
Uma característica importante do eczema é a pele seca; a sua correção deve fazer parte de um tratamento eficaz.
Isto é alcançado através da utilização regular de hidratantes, que são misturas de água e gorduras em diferentes proporções, mas que não contêm fármacos ativos. Formam uma camada sobre a pele que retém a humidade. Podem ser utilizados ao mesmo tempo que um tratamento farmacológico ou depois de este ter terminado para ajudar a prevenir recaídas. Além disso, deve evitar-se a utilização de sabões que eliminam as gorduras naturais da pele. Utilizar para o banho produtos à base de aveia coloidal e sempre sem sabão.
Os hidratantes melhoram a aparência e o tato da pele. Existem muitos tipos diferentes, pelo que deve perguntar ao seu médico qual é o que convém utilizar no seu caso concreto.

 

Tratamento
Utilização de corticosteroides
As preparações tópicas (de utilização na pele) com corticosteroides são, geralmente, a base do tratamento ativo de todos os eczemas, talvez excetuando as formas mais ligeiras.
Funcionam interferindo nas reações que levam à inflamação da pele. Utilizados adequadamente, os preparados com corticosteroides podem proporcionar um alívio rápido da comichão e da vermelhidão.
As preparações tópicas de corticosteroides têm diferentes potências:

 

  • Potência I - Fraca;

 

  • Potência II - Moderada;

 

  • Potência III - Forte;

 

  • Potência IV – Muito Forte.

 

Quanto mais potentes, mais efeitos secundários produzem, quanto menos potentes, menos eficazes podem ser, dependendo do tipo de tratamento e grau de doença.
O seu médico dar-lhe-á indicações sobre qual utilizar.
É conveniente seguir as indicações dadas e não exceder em duração o tratamento proposto.
Após terem sido utilizados durante mais de 50 anos para tratar as doenças e problemas da pele, foram agora desenvolvidas novas formulações que evitam muitos dos problemas observados com os corticosteroides anteriores.
Os pontos-chave relativamente à utilização de corticosteroides tópicos são:

 

  • Os preparados modernos são muito eficazes e têm muito poucos efeitos secundários;

 

  • Os preparados modernos podem ser utilizados durante períodos prolongados e apresentam-se em muitas formulações distintas (cremes, loções, pomadas...), pelo que podem ser utilizados para tratar praticamente qualquer tipo de eczema, tendo em conta o tipo de pele ou a área que deve ser tratada;

 

  • A última geração de corticosteroides potentes pode inclusive ser utilizada em crianças;

 

  • Os corticosteroides só devem ser usados segundo as instruções e aconselhamento de um médico ou farmacêutico.

 

O tratamento do eczema infetado
A pele danificada pela presença de um eczema está particularmente predisposta à infeção; o tipo mais frequente de infeção é o originado pelas bactérias que habitualmente se encontram na pele. Uma infeção pode piorar muito um eczema, pelo que necessita de tratamento com antisséticos ou antibióticos aplicados na própria pele ou, alternativamente, por via oral. Menos frequentemente, uma zona da pele com eczema pode ser infetada por um fungo ou por um vírus; estes microrganismos necessitam de tratamento com fármacos específicos.

 

O controlo da comichão
A maior parte dos casos de eczema apresenta comichão intensa como uma das suas características. Este problema está particularmente presente durante a noite, provocando problemas de sono e afetando a qualidade de vida da pessoa que dele sofre. O tratamento eficaz pode, em grande medida, aliviar a comichão, mas pode ser necessária uma ajuda adicional.
Utilizam-se frequentemente anti-histamínicos com efeitos sedativos para tratar este problema, pelo que será necessário ter cuidado ao conduzir ou utilizar máquinas.

 

Novos tratamentos para o eczema
Certos fármacos que são tomados para modificar o sistema imunitário (para permitir, por exemplo, que o organismo aceite um órgão transplantado) foram formulados como cremes ou pomadas e são atualmente utilizados para tratar o eczema. Estes “imunossupressores tópicos”, disponíveis com receita médica, só deveriam ser utilizados para o eczema quando o tratamento convencional não é apropriado ou não tenha proporcionado o alívio adequado. A experiência sobre o uso de imunossupressores tópicos é ainda limitada e são necessárias mais avaliações sobre a sua utilização a longo prazo e sobre a relação benefício-risco.

 

Casos graves de eczema
As crianças mais velhas e os adultos com eczemas graves podem ser tratados com fotoquimioterapia; este tratamento combina a toma de um fármaco por via oral com a exposição da pele à luz ultravioleta.
O tratamento aplicado unicamente na pele pode não ser suficientemente eficaz para os doentes com eczema muito extenso ou de início muito agudo e grave. Nestes casos, pode ser necessária a administração de fármacos, por via oral ou injetáveis, para suprimir as reações inflamatórias do organismo (imunossupressores por via sistémica). Estes tratamentos requerem um seguimento regular e próximo para além de um diálogo cuidadoso entre o médico e o doente.

 

Tratamentos alternativos
Frequentemente, os doentes que não estão satisfeitos com o seu tratamento médico convencional recorrem a uma série de terapêuticas alternativas. Muitas destas são inócuas, mas algumas formas de tratamento, em concreto certos produtos à base de plantas, são potencialmente perigosos, dado que, no passado foram associados a lesões orgânicas. Recomendamos que consulte o seu médico antes de tomar qualquer destes produtos e não abandone por sua iniciativa a medicação prescrita.

 

Tratamento da barreira cutânea alterada
O tratamento da barreira cutânea hidrolipídica, que se baseia na integridade funcional da camada córnea da pele, é a base do tratamento da dermatite atópica.
A alteração desta barreira provoca perda de água, o que origina a secura da pele. Por outro lado, é mais fácil a penetração de alergénios ou outras substâncias, que podem gerar uma cascata imunológica que origina inflamação e comichão (alergias). Foi demonstrado recentemente que algumas alterações genéticas favorecem o aparecimento de defeitos no estrato córneo e isso favorece o desenvolvimento de dermatite atópica.
Para a integridade anatómica e funcional do estrato córneo são imprescindíveis os lípidos, gorduras, que diminuem quando a barreira hidrolipídica se altera. Crê-se que essa perda de lípidos pode, por sua vez, alterar a barreira, como ocorre na dermatite atópica.
No tratamento específico da barreira hidrolipídica deve ter-se em consideração:

 

  • A utilização adequada do banho ou duche, de acordo com a idade do doente e o estado da sua pele;

 

  • Os produtos de limpeza, que reduzem a função barreira e, portanto, devem ser utilizados com prudência;

 

  • Os hidratantes e emolientes, cuja utilização, num esquema bem regrado, é claramente importante nestes doentes;

 

  • Os hábitos, a higiene e, inclusive, os materiais da roupa podem ou não favorecer o surgimento de surtos.

 

Como está estabelecido em muitas recomendações de peritos, a utilização de emolientes deve ser maior que o de qualquer outro tratamento que possa ser prescrito aos doentes. Os emolientes, embora não corrijam os defeitos que originam a disfunção da barreira cutânea, proporcionam uma barreira contra a perda de água transepidérmica (através da pele).

 

A investigação internacional mais recente neste domínio está orientada para o desenvolvimento de formulações de reparação ativa da barreira hidrolipídica.

 

 

A embolia pulmonar resulta de uma obstrução repentina de uma artéria pulmonar causada por um êmbolo, que é geralmente um coágulo sanguíneo, mas que pode ser também uma bolha de ar ou gordura, por exemplo. Quanto maior o êmbolo que causa a obstrução maior é a dificuldade do sangue em chegar à zona afetada do pulmão, sendo que, nos casos mais extremos, a falta de irrigação sanguínea provoca a morte dos tecidos, causando um enfarte pulmonar e podendo levar à morte.
O tipo mais frequente de êmbolo é um trombo que se formou noutra área do sistema sanguíneo, habitualmente numa veia da perna ou da pélvis, libertando um coágulo que viaja pela corrente sanguínea e se desloca até aos pulmões.
Cirurgias e fraturas da anca ou joelho, repouso prolongado ou inatividade, obesidade, enfarte do miocárdio, entre vários outros fenómenos e comorbilidades podem aumentar o risco de embolia pulmonar, sendo que a terapêutica preventiva permite, por vezes, impedir a formação de coágulos em pessoas onde está identificado o risco de embolia pulmonar, como por exemplo em situação de pós-operatório.

 

 

A endometriose corresponde à presença de excertos de tecido semelhante ao que reveste o interior do útero (endométrio) fora do útero, o que provoca uma reação inflamatória crónica. Os sintomas dependem do local onde este tecido se aloja, podendo envolver lesões, cicatrizes, aderências, quistos repletos de sangue, hemorragia, dor durante o período menstrual (dismenorreia), dor durante a relação sexual, aumento do volume da menstruação, entre outros. A endometriose é uma causa comum de infertilidade.
Estima-se que a Endrometriose afete 5 a 10% das mulheres em idade reprodutora, sendo uma doença dificil de diagnosticar, já que os seus sintomas são facilmente interpretados como queixas relacionadas com a menstruação. O diagnóstico definitivo faz-se através de uma laparoscopia.

 

 

O coração humano é um músculo que contrai entre 70 a 80 vezes por minuto para bombear o sangue a todos os órgãos, levando-lhes oxigénio e importantes nutrientes. Quando este fluxo sanguíneo deixa de chegar ao músculo cardíaco, normalmente em resultado de um coágulo numa das artérias coronárias, estamos perante um enfarte do miocárdio, o chamado ataque cardíaco.
A rapidez da assistência médica é fundamental para reverter a situação, que pode ser fatal. Os sintomas começam normalmente com um leve dor no peito, mal-estar, falta de ar ou surtos de transpiração.
Entre os fatores de risco que podem ser minimizados por alterações comportamentais estão o tabaco, sedentarismo, uma alimentação desequilibrada, o excesso de peso e o stress.

 

 

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença de mecanismo autoimune, crónica, inflamatória, desmielinizante e degenerativa, que leva o organismo a destruir os seus próprios tecidos, em particular a camada protetora (mielina) das células nervosas, responsáveis pela transmissão das mensagens nervosas ao longo do corpo.
Esta doença é caracterizada pela ocorrência de episódios clínicos inflamatórios agudos mais ou menos extensos – surtos, dos quais o doente pode recuperar totalmente numa primeira fase da doença, mas que com o tempo, podem  levar o doente a progredir para um estado incapacitante.
Quando ocorre um surto, formam-se cicatrizes (escleroses) em múltiplas áreas do cérebro e da medula espinal, que podem provocar os mais diversos sintomas neurológicos e a doença evolui frequentemente com a perda de capacidades físicas e cognitivas.
De origem desconhecida e sem cura, estima-se que a Esclerose Múltipla afete perto de 2 milhões de cidadãos em todo o mundo e de 5 mil em Portugal. Os primeiros sintomas surgem maioritariamente entre os 25 e os 31 anos de idade.

 

 

A epilepsia é causada por uma perturbação do funcionamento do cérebro, com origem numa descarga anómala de um grupo ou da totalidade dos neurónios cerebrais e caracteriza-se pela repetição espontânea de crises de curta duração, com manifestações que podem variar de doente para doente – perda de consciência, convulsões e outros sintomas motores, visuais, psíquicos, alterações da linguagem, etc. – em função da área cerebral atingida.
A observação e descrição dos sintomas permitem, em muitos casos, que o médico efetue um diagnóstico, que pode e deve ser apoiado por exames auxiliares - eletroencefalograma, tomografia computorizada e ressonância magnética ao cerebral.
Excetuando os casos raros em que ao curar a lesão que desencadeia a epilepsia se está a curar a doença, é possível apenas efetuar uma terapêutica que previna a eclosão de crises.

 

 

A fibrilhação Auricular (FA) é a forma de arritmia cardíaca persistente mais comum, sendo provocada por contrações rápidas e irregulares das câmaras superiores do coração.
Estudos recentes, a exemplo do “Strike for Stroke”, indicam que as pessoas com FA têm maior probabilidade de formar coágulos no coração, aumentando significativamente o risco de sofrerem um Acidente Vascular Cerebral (AVC), estimando-se que um em cada cinco AVCs esteja associado à FA. Por outro lado, os doentes com FA têm mais 50% de probabilidade de ficar permanentemente incapacitados ou morrer durante o ano seguinte ao AVC.
Muitos casos de FA são assintomáticos ou os seus sintomas não são claros, o que dificulta o diagnóstico precoce, estimando-se a existência de um lapso de 2,6 anos, em média, entre os primeiros sintomas e o diagnóstico. Entre os sintomas, refiram-se pulso irregular, palpitações, dor ou sensação de desconforto no peito, falta de ar, tontura e desmaio. Problemas cardíacos ou cardiovasculares, hipertensão, diabetes e obesidade estão entre os fatores de risco.
Estima-se que existam na Europa cerca de 10 milhões de pessoas com FA e que, face ao envelhecimento da população, este número crescerá significativamente, para cerca de 20 a 30 milhões em 2050, com forte impacto no aumento dos AVCs. Em Portugal, os dados existentes indicam que, na população com mais de 40 anos, existem cerca de 140 mil pessoas com FA.

 

 

Doença hemorrágica resultante de uma deficiência congénita e hereditária, a hemofilia conduz a alterações numa ou mais das proteínas do sangue que intervêm no processo de coagulação, levando a que um pequeno traumatismo possa originar hemorragias em diferentes locais e órgãos do corpo, incluindo músculos e articulações, sendo que estas últimas podem evoluir para lesões articulares altamente debilitantes.
A hemofilia deve-se à presença de um gene recessivo, situado no cromossoma X, afetando particularmente os homens (XY) mais do que as mulheres (XX), as quais podem ser portadoras mas não apresentam normalmente alterações da função de coagulação a não ser que ambos os seus cromossomas X alberguem genes recessivos.
Estima-se que a hemofilia ocorra em 1 em cada 10 mil novos nascimentos e diferenciam-se 2 tipos de deficiência: a hemofilia A, responsável por 85% dos casos, advém de uma deficiência do fator VIII de coagulação; e a hemofilia B, que se deve a uma deficiência no fator IX.
Embora não tenha cura, a profilaxia permite aos hemofílicos desenvolver a sua vida normalmente, sem limitações significativas.

 

 

O que são as hemorroidas?
A palavra “hemorroida” é o termo grego para “circulação sanguínea”.
Uma hemorróida é uma zona anatómica do reto que consiste numa almofada vascular arteriovenosa da mucosa retal (mucosa retal distal, corpos cavernosos retais).
Todas as pessoas têm hemorroidas. Estas fazem parte do órgão de continência e partilham a responsabilidade de reter as fezes e os gases intestinais (“continência básica”) no intestino, logo que o reto está cheio, o músculo do esfíncter interno aperta involuntariamente. Isto provoca contração de alguns vasos sanguíneos eferentes (artérias), dilatando a almofada vascular e fechando, dessa forma, o ânus. Durante a defecação, os músculos relaxam, o sangue pode fluir para outros locais, a dilatação das hemorroidas diminui e a defecação pode ocorrer sem impedimentos.
Só existe uma situação patológica se as almofadas vasculares estiverem dilatadas. Esta vasodilatação observa-se normalmente na zona das artérias aferentes na forma de zonas nodulares almofadadas (nódulos) localizadas nas posições equivalentes às 3, 7 e 11 horas do mostrador de um relógio quando o doente se encontra numa “posição de litotomia” (como se estivesse a fazer um exame ginecológico, em que o doente está deitado de costas e coloca as pernas em suportes). Podem estar presentes outros nódulos mais pequenos (nódulos satélite) nas posições equivalentes à 1, 5 e 9 horas do mostrador de um relógio. A dilatação das almofadas hemorroidais nem sempre é detetada nas fases iniciais e não é visível externamente.
Apenas quando as hemorroidas dilatadas provocam desconforto retal é que se fala em doença hemorroidal.

 

Frequência de aparecimento da doença hemorroidária
A doença hemorroidária é uma doença “relacionada com o estilo de vida” que ocorre maioritariamente nos países ocidentais industrializados, promovida pelos hábitos alimentares e um estilo de vida e de trabalho sedentários.
Pelo menos uma em cada duas pessoas sofre de desconforto associado às hemorroidas uma vez durante a sua vida, bem como outras perturbações anais relacionadas, como inflamação anal.
Existem poucos dados disponíveis a nível mundial acerca da prevalência da doença hemorroidária.

 

Características e evolução
São utilizadas várias nomenclaturas, fazendo-se normalmente uma distinção na nomenclatura em inglês entre hemorroidas “internas” e “externas”. Enquanto, por um lado, o prolapso externo (deslocação do tecido hemorroidal possa ser descrito como hemorroidas “externas”). As alterações nos plexos venosos (rede de vasos que rodeia o ânus) perianais externos são por vezes também referidos erradamente como “hemorroidas externas”, mas correspondem normalmente a tromboses multiloculares do plexo venoso perianal (trombose perianal), que provocam, uma dor aguda, ou a pregas cutâneas soltas (pregas de pele).

 

As hemorroidas podem ser classificadas em 4 graus:

Grau I - Dilatação das almofadas hemorroidárias, detetável apenas através de endoscopia retal (proctoscopia).

Grau II – Caracteriza-se pela protrusão, saída de tecido hemorroidal, prolapso para fora do canal durante a defecação ou durante o esforço. Pode ser sentido como uma saliência. Em repouso, os nódulos hemorroidários voltam

espontaneamente para dentro do ânus (retração).

Grau III - Ao contrário do grau II, a protrusão do tecido hemorroidário (prolapso), que pode, neste caso, ocorrer mesmo quando se caminha durante algum tempo ou com o exercício físico, pode apenas ser reintroduzida (reduzida) manualmente.

Grau IV – Caracteriza-se pela existência protrusão permanente de tecido hemorroidal externo (prolapso). A sua reintrodução (redução) é impossível. Além disso, existe normalmente uma protrusão do revestimento interno do canal anal (anoderme), designada por prolapso anal.

Causas das alterações hemorroidárias

Algumas das principais causas que podem conduzir à dilatação e deslocação deste plexo vascular, localizado habitualmente acima dos músculos do esfíncter, são as seguintes:

 

  • O excesso de peso;

 

  • A ingestão dos alimentos errados;

 

  • O esforço na defecação;

 

  • O parto;

 

  • Uma debilidade estrutural hereditária.

 

Fatores de risco
Existe habitualmente uma combinação de fatores de risco:

 

  • Obstipação de ventre crónica (prisão de ventre crónica);

 

  • Utilização excessiva de laxantes (abuso de laxantes) com fezes moles;

 

  • As mulheres que tiveram vários partos sofrem mais frequentemente de hemorroidas;

 

  • Pegar em objetos pesados durante muitos anos;

 

  • Tendência hereditária (predisposição).

 

Aspetos psicossomáticos
Uma vez que a localização da doença é a zona anal, a ida ao médico é frequentemente adiada por uma questão de vergonha. O prurido (comichão) na zona anal pode, em especial, conduzir a problemas psicossomáticos que não devem ser subestimados.

 

Como se detetam as hemorroidas?
Podem ser efetuados vários exames para diferenciar as hemorroidas de outras doenças retais:

 

  • Exame físico:

 

O exame pode ser efetuado em várias posições. Por exemplo, o doente pode ser examinado dobrado para baixo, deitado de lado ou de costas (a “posição de litotomia”, como para um exame ginecológico) ou com os joelhos e cotovelos assentes no chão. Além da avaliação da pele perianal e do fecho do ânus, as hemorroidas de grau III e de grau IV podem ser já visíveis.

 

  • Teste de esforço:

 

A abertura do reto é primeiro observada externamente. Quando o doente faz força, as hemorroidas de grau igual ou superior a II podem ser visíveis como protrusões nodulares, vermelho-escuras, com um prolapso espontâneo. (Nódulos salientes externos vermelhos escuros).

 

  • Exame retal digital:

 

A função do músculo do esfíncter anal pode ser verificada com um dedo. Além disso, as hemorroidas de graus II a IV podem ser palpáveis na forma de nódulos moles.

 

  • Métodos endoscópicos:

 

Para a observação do interior do reto, é necessário efetuar uma endoscopia retal utilizando equipamento especial. Os instrumentos variam em comprimento e pode ser feita uma distinção de acordo com esse comprimento entre um espéculo anal (com cerca de 6 cm), um retoscópio (com cerca de 20 a 30 cm) e um colonoscópio. Isto permite uma avaliação da mucosa intestinal nos vários segmentos do intestino ou a exclusão de um tumor na zona inferior do reto. As hemorroidas aparecem habitualmente como nódulos vermelhos muito escuros. Podem igualmente ser recolhidas amostras de tecido para uma análise histológica (microscópica) para excluir outras doenças.

 

  • Exames adicionais:

 

A pesquisa de sangue oculto nas fezes é utilizada para a deteção da hemorragia retal assintomática (sem sintomas) e invisível. Este teste envolve a incubação de amostras de fezes com uma substância química. O sangue pode ser detetado nas fezes, dependendo da alteração da cor. É possível recolher igualmente esfregaços anais, com uma análise laboratorial subsequente para a pesquisa de parasitas, vírus, bactérias e fungos. Pode ser efetuado um patch test para excluir um eczema de contacto alérgico. Um ultra-som endoscópico pode fornecer indicações de diagnóstico diferencial, como lesões musculares e fístula anorretal. Uma manometria (medição de fluidos) pode igualmente revelar o tónus muscular do esfíncter em repouso, como complemento do exame rectal digital.

 

Tratamento
O tratamento depende do grau da doença (recomendações da Sociedade Alemã de Coloproctologia). Existem, basicamente duas opções de tratamento: não cirúrgicas conservativas e cirúrgicas.

 

Medidas gerais importantes:
As seguintes medidas são úteis para evitar as hemorroidas e para auxiliar o tratamento:

 

  • Dieta com um elevado conteúdo em fibra;

 

  • Ingestão adequada de fluidos na forma de líquidos como a água;

 

  • Evitar um esforço acentuado na defecação;

 

  • Evitar a utilização de laxantes;

 

  • Higiene anal adequada (não utilizar sabão, toalhetes húmidos ou cosméticos, apenas água tépida);

 

  • Secar cuidadosamente a zona anal, sem esfregar.

 

  • A sabedoria popular recomenda a toma de um copo de água morna de manhã em jejum.

 

Opções de tratamento não cirúrgicas
O objetivo é controlar o vasto espetro de sintomas, como a dor, o ardor, a comichão, a inflamação, dilatação e a descarga. Estes tratamentos são utilizados para todos os níveis de hemorroidas. Contêm muitas vezes anestésicos locais, suspensões de culturas de Escherichia coli e anti-inflamatórios.
Dependendo do local da inflamação, os produtos são prescritos sob a forma de cremes, pomadas, supositórios ou supositórios com gaze inserida (“tampões anais”). As pomadas têm uma consistência mais sólida e são muito apropriadas para a pele seca. Comparativamente, os cremes são mais fluidos. Os supositórios ou os tampões anais são inseridos no reto e são preferencialmente utilizados para a inflamação no reto ou no canal anal. Os supositórios em forma de tampões anais são especialmente indicados para o canal anal, para que o supositório permaneça nessa localização após a inserção e não escorregue para o reto.
É importante referir que as medidas podem apenas tratar os sintomas da doença hemorroidária, podendo somente ter uma ação permanente contra as hemorroidas em fases iniciais.
Um efeito secundário frequente dos produtos é a sensação de queimadura após a aplicação, embora isto seja geralmente atribuído à pele irritada. Um outro problema é o aparecimento de uma “alergia de contacto” (sensibilização de tipo IV) aos diversos componentes das pomadas, cremes ou supositórios para as hemorroidas. Pode surgir uma alergia deste tipo tanto à substância ativa como aos excipientes.
Os produtos que contêm corticosteroides devem apenas ser utilizados por curtos períodos de tempo, sob a supervisão de um especialista, para evitar a ocorrência crónica dos efeitos secundários característicos, como a diminuição da espessura da pele ou a fragilidade vascular.

 

Opções de tratamento cirúrgicas
Em casos mais graves de doença hemorroidária, ou quando surgem complicações associadas, pode ser necessário recorrer à cirurgia.
O seu médico indicará qual a melhor opção face ao quadro clínico apresentado.

 

Saiba mais: http://hemorrhoids.dermis.net/content/

 

 

Sempre que o coração bate, bombeia o sangue pelas artérias, criando uma pressão nas paredes dos vasos sanguíneos que é necessária para que o sangue seja transportado pelo corpo. No entanto, quando esta pressão se torna demasiado elevada, hipertensão arterial, pode causar lesões graves.
A Sociedade Internacional de Hipertensão, da Organização Mundial de Saúde, define a hipertensão arterial como o estado em que a pressão sistólica (o nível máximo entre duas batidas cardíacas) atinge ou ultrapassa os 140 mmHg ao mesmo tempo que a pressão diastólica (o nível mínimo entre duas batidas cardíacas) está acima dos 90.
Doença crónica, a hipertensão arterial obriga o coração a fazer um esforço maior do que seria normal para conseguir bombear o sangue pelos vasos sanguíneos e é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de AVC e enfarte do miocárdio, entre outras doenças graves.
O estilo de vida no mundo desenvolvido e o envelhecimento da população fazem prever um aumento significativo da hipertensão, com as projeções a apontar para que afete mais de 1, 5 mil milhões de pessoas em 2025.

 

 

A Hipertensão Pulmonar (HP) é uma doença grave, progressiva e fatal, na qual a pressão nas artérias pulmonares se encontra significativamente aumentada, podendo conduzir a insuficiência cardíaca e morte. Os doentes com HP desenvolvem uma acentuada diminuição da tolerância ao exercício, com consequências na redução da sua qualidade de vida.


Os sintomas mais comuns de HP incluem dispneia, fadiga, tonturas e desmaios, sendo que todos os sintomas pioram com o esforço. O facto dos sintomas não serem específicos dificulta e atrasa o diagnóstico mas o diagnóstico precoce é essencial, uma vez que o inicio tardio do tratamento pode ter um impacto negativo na sobrevida. A monitorização contínua do tratamento é vital para assegurar que os doentes estão a receber cuidados otimizados para o tipo e estadio de HP em que se encontram.


De acordo com a classificação clínica da HP (classificação de Dana Point, 2008), e com base nas suas causas subjacentes, identificam-se cinco tipos de HP: Hipertensão Arterial pulmonar, Hipertensão pulmonar devida a doença cardíaca esquerda, hipertensão pulmonar devida a doença pulmonar e/ou hipoxémia, hipertensão pulmonar tromboembólica crónica e hipertensão pulmonar de causa incerta e/ou multifactorial.

 

 

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é um dos cinco tipos de Hipertensão Pulmonar. É rara mas mortal e caracteriza-se por uma pressão das artérias pulmonares superior à normal. A HAP é caracterizada por alterações morfológicas do endotélio das artérias dos pulmões que causam remodelagem tecidular, vasoconstrição e trombose “in situ”. Em resultado dessas alterações, os vasos sanguíneos dos pulmões sofrem um estreitamento assentuado, o que dificulta o bombeamento do sangue através dos pulmões por parte do coração.
Estima-se que a HAP afete, a nível mundial, 52 pessoas por milhão. É mais prevalente nas mulheres jovens do que nos homens. Na maioria dos casos, a HAP não tem causa conhecida, sendo que nalguns pode ser hereditária. Apesar dos vários tratamentos aprovados, os doentes com HAP continuam a apresentar um mau prognóstico.

 

 

A Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crónica (HPTC) é uma doença fatal, na qual a oclusão tromboembólica dos vasos pulmonares leva gradualmente a um aumento da pressão nas artérias pulmonares. A HPTC pode desenvolver-se após episódios anteriores de embolia pulmonar aguda mas a sua patogénese não é ainda completamente compreendida. O tratamento padrão para a HPTC é a endarterectomia pulmonar (EAP). Contudo, um número considerável de doentes com HPTC não é operável e, em alguns casos, a HP persiste ou reincide após a EAP.

 

 

O hipogonadismo masculino é uma redução dos níveis de testosterona, a hormona que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento masculino durante a puberdade e que num adulto jovem será causa de infertilidade e de vários outros fenómenos relacionados com a deficiência hormonal, a exemplo de perda de massa e força muscular, alteração de humor, redução da libido ou disfunção erétil.
Com o avançar da idade e após os 40 anos, a produção de testosterona decai de forma progressiva, estando esta queda associada à andropausa quando nos referimos a homens mais velhos.

 

 

A menopausa é uma etapa natural do ciclo de vida da mulher, que se inicia com irregularidades na menstruação e culmina no seu término, ocorrendo normalmente entre os 48 e os 52 anos de idade.
A consequência orgânica mais relevante da menopausa é a redução drástica da produção de estrogénio, hormona sexual feminina cujo desequilíbrio e carência se traduz, em muitos casos, numa série de perturbações neurovegetativas (afrontamentos, suores, etc.) e psicológicas (angustia, insónias, irritabilidade, etc.), características da denominada síndrome do climactério.
A falta de estrogénio provoca uma redução dos estímulos celulares, com consequências na pele, cabelo, unhas e ossos, incluindo-se aqui a perda progressiva de massa óssea – osteoporose pós-menopáusica.
Ajudar a mulher a gerir as alterações com que se confronta durante a menopausa implica uma abordagem global da sua saúde física e psicológica. Neste sentido, é indispensável uma intervenção médica adequada e individualizada, capaz de combater os sintomas e fenómenos decorrentes da falta de estrogénio, que diferem de caso para caso.
A abordagem a estes problemas pode ser feita com diferentes soluções de Terapêutica Hormonal de Substituição (THS) e porque a menopausa é vivida de forma diferente por cada mulher, cabe ao médico analisar individualmente cada caso, definindo qual a THS mais adequada: dosagem, método de aplicação e duração da terapêutica.

 

 

O que é a Rosácea?
A rosácea é uma doença crónica da pele, não contagiosa e frequente, que afeta sobretudo a face e que se caracteriza inicialmente por vermelhidão episódica e posteriormente por vermelhidão persistente e lesões inflamatórias.

 

Idade
Embora a rosácea possa manifestar-se pela primeira vez logo na adolescência, o mais frequente é que se inicie entre os 40 e os 50 anos.

 

Diferenças entre os sexos
Apesar de a doença afetar em igual proporção homens e mulheres, a experiência demonstrou que elas consultam mais o médico porque estão mais preocupadas com o seu aspeto. Contudo, a doença costuma ser mais ligeira no sexo feminino e a rinofima (deformidade do nariz por espessamento anormal da pele), ou seja, o sintoma com um estigma mais evidente da rosácea, é quase exclusivo dos homens.

 

Diferenças étnicas
A rosácea foi observada com maior frequência em doentes de pele clara, principalmente os tipos célticos da Europa setentrional, pelo que é conhecida popularmente como "a maldição dos celtas".
Atualmente não existe cura para a rosácea, mas existem vários tratamentos que reduzem eficazmente os sintomas e que, inclusivamente os suprimem.

 

Quais as causas da rosácea?
Desconhece-se em grande medida a causa concreta da rosácea. Ao longo dos anos suspeitou-se da implicação de diversos fatores no seu surgimento, mas em nenhum caso houve confirmação. Entre eles contam-se os seguintes:

 

  • Fatores hereditários e ambientais;

 

  • Alterações hormonais, como as da gravidez, a menstruação ou a pré-menopausa;

 

  • Perturbações gastrointestinais, incluindo as associadas a uma bactéria denominada Helicobacter pylori;

 

  • Enxaquecas;

 

  • A presença de um ácaro denominado Demodex folliculorum.

 

Além disso, vários fatores relacionados com os hábitos de vida podem desencadear / agravar um surto em pessoas afetadas por rosácea. Alguns dos fatores são os seguintes:

 

  • O calor, incluindo os banhos quentes, a sauna e as bebidas quentes;

 

  • A exposição à luz solar;

 

  • stress emocional (devido à ira, à vergonha, etc.);

 

  • As bebidas alcoólicas (mesmo em pequenas quantidades);

 

  • O exercício físico;

 

  • Os alimentos condimentados;

 

  • O consumo de tabaco.

 

Características e evolução
Em geral, a rosácea tem um longo período de evolução.
Inicialmente, pode manifestar-se como uma tendência a corar com facilidade e um subtil avermelhamento do rosto, estado que poderá descrever-se como fase de pré-rosácea.
É fundamental que seja diagnosticada e tratada precocemente para que a mesma não piore, nem evolua para subtipos mais difíceis de tratar. A progressão desta doença pode ir desfigurando o rosto, o que em muitos doentes provoca perda de confiança em si mesmos e inclusive depressão.

 

De acordo com a classificação da National Rosacea Society dos Estados Unidosa rosácea pode dividir-se em quatro subtipos:

 

  • Subtipo 1 - Caracteriza-se por vermelhidão facial persistente (eritema) acompanhada de episódios de rubor (crises de vermelhidão com sensação de calor e ardor) e aumento do tamanho dos vasos sanguíneos (telangiectasias);

 

  • Subtipo 2 - Existe um rubor persistente ao qual se somam alterações inflamatórias características denominadas pápulas ou pústulas. Durante esta fase da doença em concreto, a rosácea pode parecer-se com a acne, mas, ao contrário desta, não existem pontos negros nem brancos;

 

  • Subtipo 3 - Nos casos intensos aparecem grandes nódulos inflamatórios acompanhados por um espessamento da pele, o que, por sua vez, pode derivar nas "fimas" da rosácea, localizadas geralmente no nariz, rinofima (uma deformidade do nariz por espessamento anormal da pele), mas também por vezes na testa e no queixo;

 

  • Subtipo 4 - Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões oculares, que afectam aproximadamente 50% das pessoas que sofrem de rosácea (rosácea ocular). Os sintomas mais frequentes são ardor ou comichão, sensação de corpo estranho e secura ocular, assim como intolerância à luz. É frequente que o oftalmologista não identifique estas perturbações, mas devem ser tratadas, pois podem conduzir a complicações oculares ainda mais graves;

 

Tratamento
Embora a rosácea não acarrete risco de vida, para obter bons resultados é fundamental que seja diagnosticada e tratada precocemente.
Deverá consultar o seu dermatologista, para que lhe seja efetuado um diagnóstico e receitado um tratamento adequado. Dependendo da fase da rosácea e do seu subtipo, poder-lhe-á ser receitado um medicamento para ser aplicado diretamente sobre a pele (tratamento via tópica), ou um tratamento através de comprimidos (tratamento sistémico), por vezes, são utilizados tratamentos combinados.

 

Para que o tratamento seja eficaz é indispensável cumpri-lo a longo prazo, e evitar os fatores desencadeantes e agravantes.

 

Tratamentos por via tópica:

 

  • Ácido azelaico;

 

  • Antibióticos tópicos;

 

  • Clindamicina;

 

  • Eritromicina;

 

  • Metronidazol;

 

  • Preparações tópicas de vitamina C;

 

  • Sulfacetamida;

 

Tratamentos físicos:

 

  • Electrodessecação;

 

  • Dermabrasão;

 

  • Cirurgia com laser;

 

  • Tratamento com luz pulsada intense;

 

  • Massagem especial (massagem de Sobye);

 

Tratamentos por via sistémica:

 

  • Antibióticos;

 

  • Claritromicina;

 

  • Doxiciclina;

 

  • Minociclina;

 

  • Tetraciclinas;

 

  • Isotretinoína;

 

  • Ciclos curtos de corticosteróides, unicamente em formas especiais de rosácea.

 

O que pode ainda fazer para melhorar a sua doença:

 

  • Sempre que limpar a pele com água, utilize apenas água morna; evite a água quente ou fria, pois pode piorar o rubor.

 

  • Aplique suavemente, com a ponta dos dedos, um produto de limpeza líquido ou um especificamente formulado para a rosácea.
  • Não esfregue a cara.

 

  • Os cosméticos que contenham álcool, mentol, menta ou óleo de eucalipto podem dilatar os vasos sanguíneos, pelo que devem ser evitados, de um modo semelhante aos produtos oleosos.

 

  • Pode utilizar cosméticos corretores, caracterizados por terem uma tonalidade esverdeada, para neutralizar a vermelhidão facial e os vasos sanguíneos dilatados e melhorar, desse modo, o seu aspeto.

 

  • Evite a exposição prolongada ao sol sem utilizar um creme com um fator de proteção de 15 ou superior contra a radiação ultravioleta B (UVB) e A (UVA).

 

Atitude perante a rosácea
A rosácea é uma doença crónica caracterizada geralmente por exacerbações episódicas. Contudo, milhões de pessoas que dela sofrem conseguiram minorar apreciavelmente os seus sintomas.

 

  • O primeiro passo é aceitar que sofre de rosácea, em lugar de o negar.

 

  • Para que o tratamento seja eficaz é indispensável cumpri-lo a longo prazo e evitar os fatores desencadeantes e agravantes.

 

  • Se pensa que lhe seria útil trocar experiências e informação sobre os sintomas e o tratamento com outros doentes afetados por rosácea, pergunte ao seu dermatologista sobre os grupos de apoio de doentes.

 

  • Tente converter as situações desagradáveis ou embaraçosas em oportunidades positivas para explicar a doença às pessoas que vê com regularidade. Não ligue aos mitos populares que afirmam que a rosácea se deve a falta de higiene, ou ao consumo excessivo de álcool ou que é uma doença contagiosa.

 

  • Sentir-se-á muito melhor quando os seus sintomas receberem um tratamento eficaz. 70% das pessoas com rosácea que responderam a um inquérito da National Rosacea Society dos Estados Unidos referiram que o seu bem-estar emocional melhorou a partir do momento em que a rosácea recebeu um tratamento eficaz, tendo a maioria assinalado também uma melhoria da sua vida profissional e social.

 

Como lidar com os surtos agudos
Quando ocorre uma exacerbação aguda, tente descobrir o que a poderá ter causado:

 

  • Seguiu o tratamento com regularidade? (Embora os seus sintomas melhorem, não o interrompa sem consultar primeiro o dermatologista).

 

  • Ingeriu álcool ou algum outro medicamento que contenha álcool?

 

  • Ingeriu comida condimentada?

 

  • Esteve numa sauna?

 

  • Experimentou novos cosméticos?

 

Não se esqueça de levar consigo um diário da rosácea no qual anotará tudo o que, no seu caso, piora a doença.
Se os surtos persistem apesar de ter alterado os seus hábitos de vida, fale com o seu dermatologista.

 

Perguntas frequentes

  1. A rosácea é contagiosa?
    Não, a rosácea não pode transmitir-se de uma pessoa para outra, pelo que não é uma doença contagiosa.

  2. Quem sofre de rosácea?
    Embora a doença afete em igual proporção homens e mulheres, a experiência demonstrou que elas consultam mais o médico porque estão mais preocupadas com o seu aspeto. A doença costuma iniciar-se entre os 30 e os 60 anos. É também conhecida como "a maldição dos celtas" porque as pessoas afetadas costumam ser de cabelo louro e pele branca.

  3. Faz mal à rosácea apanhar sol?
    A radiação ultravioleta da luz solar pode desencadear a rosácea. Também o calor do sol pode piorar esta patologia. Procure evitar os banhos de sol e não se esqueça de utilizar um creme de proteção adequada (de fator 15 ou superior) quando se expuser à luz solar.

  4. Há alguma dieta para a rosácea?
    Foi comprovado que alguns alimentos desencadeiam surtos de rosácea com mais frequência que outros, em concreto os alimentos muito condimentados e as bebidas quentes ou alcoólicas. Procure descobrir que alimentos e bebidas são bons para si e quais não são. Em geral, uma dieta equilibrada melhorará o seu bem-estar.

  5. O que devo fazer para a sensação de ardor ocular?
    Em mais de 50% dos doentes a rosácea afeta também os olhos (rosácea ocular). Os sintomas vão desde uma sensação de ardor ou comichão ocular até visão turva, sensação de queimadura, secura, intolerância à luz e olhos lacrimejantes ou vermelhos com sangue. No pior dos casos pode ocorrer perda de visão. O seu dermatologista aconselhá-lo-á ir a um oftalmologista para que lhe seja prescrito o tratamento adequado.

  6. Há algo que possa fazer em relação à rinofima (uma deformidade do nariz por espessamento anormal da pele)?
    A rinofima é uma fase avançada da rosácea, mas pode ser tratada através de cirurgia com laser, eletrocirurgia ou dermabrasão.

  7. Existem casos em que a rosácea desaparece para sempre, após um episódio?
    Não, a rosácea é uma doença crónica e recorrente. Num inquérito a 48 doentes anteriormente diagnosticados constatou-se que 52% continuavam a ter rosácea ativa 13 anos depois. Os 48% restantes tinham menos sintomas, mas só após uma duração média de 9 anos.

  8. Posso utilizar maquilhagem?
    Sim, mas escolha uma base de maquilhagem ligeira, hidratante e não oleosa nem comedogénica.
    Limpe primeiro a pele com um produto de limpeza não irritante que não contenha sabão, gordura, nem perfume, enxague-a com água morna abundante e seque-a, com uma toalha suave sem esfregar. Seguidamente, aplique o medicamento tópico para a rosácea e deixe-o secar (cerca de 30 minutos) antes de aplicar o creme de proteção solar, o creme hidratante ou a maquilhagem.

  9. Existe alguma maquilhagem especial para a rosácea?
    Atualmente existem bases de maquilhagem e sticks corretores que cobrem a vermelhidão e os vasos dilatados próprios desta doença. Estes produtos são suaves, naturais e resistentes à água e à transpiração.

  10. O que posso fazer para complementar o tratamento da rosácea?
    Além do tratamento médico, deverá adaptar os seus hábitos de vida para evitar os fatores que possam desencadear a rosácea (como determinados alimentos, cosméticos e fatores ambientais).

 

Saiba Maishttp://rosacea.dermis.net/content/

 

 

Também conhecida como doença de Buerguer, a tromboangeíte obliterante é uma doença vascular inflamatória oclusiva, caracterizada pela inflamação e a formação de trombos que obstruem as artérias e veias de pequeno e médio calibre, afetando em especial as extremidades do corpo – membros superiores e inferiores.
Caso não seja tratada, a redução da irrigação sanguínea para os membros inferiores e superiores pode levar ao desenvolvimento de ulcerações, infeções cutâneas e gangrena.
Associada a uma predisposição genética e ao tabagismo, e entre os sintomas incluem-se queda da temperatura, alteração de coloração, insensibilidade, dormência nos membros afetados.

 

 

A Trombose Venosa Profunda (TVP) consiste na formação de coágulos sanguíneos no interior das veias profundas - localizadas nos músculos – e compromete mais frequentemente as veias da pelve, coxas ou barriga da perna, podendo afetar também outras partes do organismo, como o braço ou o peito, por exemplo.
Existem casos em que o coágulo formado no interior das veias profundas se fragmenta, viajando pelo sistema sanguíneo até aos pulmões e dando origem a uma embolia pulmonar.Inchaço, dor, coloração alterada, sensação de calor e aumento da temperatura da pele fazem parte dos sintomas da TVP mas a doença é, em parte significativa dos casos